Vamos fazer uma festa
Pra comemorar
A pureza do jeca
A tristeza do altar
Vamos fazer uma folia
Pra me exaltar
E deste escândalo uma alegoria
E do silêncio, um mudo no olhar
Vamos nos precipitar
Tirar conclusões erradas
Desviar os olhos do sol
Encontrar o perfume da noite calada
Vamos deixar nosso corpo
Pro lado de lá
E resumir um resumo torto
Da vida marcada pela riqueza do Xá
Vamos deixar nossa alma
Trancada lá
Dentro daquele coração bobo
Acalentado por Iemanjá
Vamos deixar a etiqueta
A sutileza, as filosofias vãs
Vamos sair pulando, cantando e berrando
Vamos dimigurar do espelho e das manhãs
Mas não vamos contar
Que meu canto eu renego
Meu pulo é um pranto
E meu berro, é um berro
Vamos fazer o seguinte
Vamos fazer o nosso carnaval
Vamos entregar para a polícia
O último suspiro do marginal
Vamos matar o coração
Daquela pobre menina
Que de pequena e diaba
Imitou e se esbaldou com Artêmis, temida
Vamos alongar estes versos
Se afogar em tristeza ou sinusite
Vamos fazer da quinta-feira
O martírio de Afrodite.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário