sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Das dores que tenho medo.

Quando brotou amor em mim, fiz poesia, fiz prosa, fiz música.
Andei por aí sorrindo, sambava com a noite, conhecia os donos dos bares das esquinas, banhava o corpo com a felicidade que existia nessa minha morada de amor.
Quando o amor foi arrancado de mim, eu chorei. Sofri como nunca tinha sofrido e até achei que tinham arrancado o meu coração, porque doía muito.
Jurei nunca mais.
E por isso, meu bem, eu fujo.
Quando meu coração começa a amolecer de novo vou logo dando um soco cruzado pra ele se aquietar.
Chega a ser uma fuga inconsciente, quando me dou conta estou a quilômetros de distância.
Fujo de investidas pesadas para algo mais sério, fujo tremendo quando ouço "quero casar com você".
Fujo de amores pra não sentir as dores.
Com você não foi assim, você sabe.
Tudo fluiu como aquela nossa bossa, nós tínhamos nossas noites de violão com Camelos e morcegos passando por nós. Tínhamos poesia, alegria. Ríamos tanto. Você, tão doce em meio ao meu azedume, assobiava mais uma canção, e mais outra, aceitando meus pedidos incansáveis.
Tínhamos tanto carinho pelo que éramos.

Só que eu me apaixonei.