sábado, 8 de dezembro de 2012

De dentro.

Teu jeito tão tácito
Tua boca profana
Azedo, amargo, ácido
Me chama

Teus cachos vadios
O sorriso moreno
A mente febril
Por desapego

Diz que é verdade
Que o beijo roubado
Dura mais que o nosso bafo

E que minh'alma já conhece a tua
Do tempo antes da memória,
E que agora, a gente evolua.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Luz.

Amanhecia na janela.
- Bom dia, amor.

Não era ele quem dizia,
era ela.

Bastava ser só,
e sorria.

O verso se unia,
deu-se a resposta.

Maturado o coração,
amou-se então.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012


"Então, não vou desistir. Não, não vou
sucumbir antes que a gente se dê conta de
que a vida dá voltas. E eu serei forte. Mesmo
se tudo der errado. Quando eu estiver no
escuro ainda vou acreditar que alguém está
olhando por mim. Eu vi um raio de luz e ele
está brilhando em meu destino; brilhando o
tempo todo. E não terei medo. Não importa
o que as pessoas dizem, e não importa
quanto tempo vai levar... acredite em você
mesmo e você vai voar alto. E só isso
importa."

AUTOR DESCONHECIDO

domingo, 30 de setembro de 2012

Para o homem da minha vida.

O caboclo logo disse : "Pensa em um sol de pertinho, esse é o tamanho da luz dele, ele não é daqui é de lá" e apontou bem para o alto, " das esferas, zifia".
Um sorriso logo me acometeu e a preocupação, será que eu dou conta do recado?
"Ah, zifia, ele vai ser bem feliz cocê, essa mãezinha também tem muita luz".

Bom, ele já chegou em quietude, sem enjoar ou mudar minha rotina. Nada senti.
Até que exatamente no dia em que seriam formados os pulmões eu o senti, o descobri ali, fazendo parte de mim. E claro, parei de fumar. Tudo no tempo certo e do melhor jeito, como ele quis.
Chegou gritando vida, de olhos bem abertos. Quando veio ao meu colo ainda na sala de cirurgia, olhou bem dentro dos meus olhos, e no segundo dia, ele sorriu.
Dai em diante não parou mais.
Sorri todos os dias.
Nunca teve uma cólica nem chorou por mais de 5 minutos. Com quatro meses, o médico já se espantava porque fazia movimentos de 6 e 7. Sempre muito ativo e esperto, respondeu muito bem a todos os estímulos.
Acorda todo dia ao meu lado sorrindo e apertando as minhas bochechas. Quando consegue apertar o meu nariz dá gargalhadas de cair para trás.
Ele sempre me olha com aqueles olhinhos profundos e ri, ri muito.
Um príncipe de luz, com uma energia pouco vista por aqui.
Já tomei ciência junto com o papai, que você vai nos ensinar muitas coisas, que educar não é gritar ou dizer "porque eu quero", "porque não e pronto" e afins, e muito menos bater. Já temos em mãos nosso plano de educação para você, as conversas, os ensinamentos, a liberdade de escolha e de entender o porquê é errado fazer algumas coisas antes de brigar.
Faremos muitas brincadeiras e sujeira, lama, tinta, grama e comida saudável. 
Pouco açúcar, muito afeto.

Tudo é tão bonito com você. Te levo pra passear e nós olhamos as árvores, as ruas, o céu, o mar... E nós dois ficamos muito admirados com a beleza desse  mundo, e também com a imensidão de azul e verde.
Eta, mundão bonito, né filho?

Então eu observo lá fora e tem tanta coisa errada por lá, mas me sinto tão segura porque sei que o futuro está nas mãos de seres especiais como você, filho. 
Eu te abraço e já sei, vai ficar tudo bem.


sexta-feira, 11 de maio de 2012

"Eu nunca amei aquele cara, Lopes.
Eu tenho certeza que não.
Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada.
Não era amor, era uma sorte.
Não era amor, era uma travessura.
Não era amor, era sacanagem.
Não era amor, eram dois travessos.
Não era amor, eram dois celulares desligados.
Não era amor, era de tarde.
Não era amor, era inverno.
Não era amor, era sem medo.
Não era amor...

 era melhor."

Martha Medeiros

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Do coração.

É tanto amor que tenho por ti, filho, que já penso nos teus olhinhos pequenos, no teu cabelo macio, nas tuas mãos frágeis me apontando um caminho tão bonito, tão sereno, tão certo. É tão bom transmutar meu ácido em doce. Refletir por você, melhorar por você, sonhar por você. És evolução, sintonia, nova era, és filho, amigo, irmão. Estarei aqui sempre, nos dias bonitos e nos dias frios, nas horas boas e no vazio, e sempre que cair, verás estendida a minha mão. Serei amor, ternura, educação. E sempre que precisar, serei a primeira a te dizer não. Para que sejas forte, firme e saiba bem o valor das coisas. Para que olhe o imaterial e veja o quanto é puro e precioso, enquanto o material é pó, vicioso. Você, meu filho, será fonte de alegria, pura energia, boa vibração, doce sintonia. E te prometo desde agora, que te farei feliz. E caminharemos juntos por entre as flores, rumo a evolução. Com amor, com carinho, com dedicação.

sábado, 17 de março de 2012

Hoje eu me sinto bruxa.
Sou fada, sou riso, sou chocolate.
Me sinto no céu, na cor do doce.
Me sinto toda, universal.
Sou dois, sou um, sou natural.
Hoje sinto amor, instinto bate.

Sinto riso, sinto chute,
te sinto hoje, meu filho.

Vem maturar tua mãe,
Trazer luz às sombras da poesia.
Vem dar vida.
Fazer de mim teus passos, tuas palavras,
tua alegria.
Vem filho,
que o amor já te espera.
Tua mãe já é melhor,
Teu choro já é música.
E tu já é pedaço de Deus,
nesta abandonada terra.

sábado, 10 de março de 2012

Das dores aqui vistas,
meras ilusões narcisistas.
Um fiapo de pó,
Pedaço de tempo.
Agora resta tudo que não é egoista.
Uma mão no bolso e
um olhar atento.
Amor aos montes,
chorar de rir.
E que tome tento.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Sabe de uma coisa…
eles também nos querem (o seu cigarro e o meu café)
mas preferem se esconder,
no escuro, vazio e frio, da noite.

Acham, que amor é isso.
ver-nos penar,
a ausência deles.

Nem me fale em amor…
que amor é isso.

Um Choro

Eu senti um monte de coisas acumulando dentro de mim, mas não sabia bem o quê. Frases que se repetiam, idéias fixas fazendo minha cabeça rodar. Fui ficando chata, rabugenta e triste, ao ponto de não conseguir ânimo para conversar nem coragem para sair. Eu sabia que devia haver um motivo, mas não prestei atenção a mim mesma. Isso não se deve fazer, deixar de olhar para si. De certa forma, eu sei tudo o que vai acontecer comigo, mas às vezes me recuso a parar para transformar em ordem coerente aquele punhado de impressões. Até que, domingo, fui traída duas vezes e minha alma se espalhou pelo chão. E quando aconteceu, eu percebi que eu já sabia que seria assim, mas tinha preferido me manter cega e burra, o que de certa forma me faz um pouco responsável também. Daí eu não parava de ouvir por dentro "você não aprende nunca", e só pensava que era a mais pura verdade, porque eu continuo acreditando nas pessoas, mesmo que elas dêem todos os motivos para eu desistir. E me magoa tanto, porque eu abri minha casa e meu coração, ofereci apoio e carinho e ouvi calada todas as confissões bárbaras que me rasgaram por dentro... E também guardei segredos doídos de pessoas que eu amo e me preocupei tanto, tanto e tão sinceramente... Então, sem motivos, quando eu fiquei um pouco frágil e pequena, me empurraram para o chão sem que eu percebesse. Ainda estou de joelhos, sem coragem de encarar pessoa capaz de gesto tão cruel. Da outra metade, já ouvi explicações e estou em processo de acalantamento de dor. Mas essa, ah, essa eu ainda não fui capaz...
Anteontem à noite quando não parecia tão próxima a hora da morte, recheei meu peito com estopa grossa e pensei que, estofado, não se ocuparia de outras bolas de algodão, de outros retalhos, de outros panos velhos, mas foi só mais um engano, um engano cotidiano, desses que acontecem nas tardes quentes em que prestamos mais atenção ao bolo que está sendo assado do que aos chiados estáticos da nossa pele.

De nada adiantou; Promover um canto confortável e macio para alguém, criar teias intrincadas de sentimentos, furtar para si o que ela tem de mais genuíno e doar para ela o que você tem de mais quente, de mais borbulhante, de mais perigoso; isso não adianta nada, os tecidos seguem agregando seus pedaços perdidos no mundo, incorporando para si os milhões de fios de seda, de algodão, de lã, de linho e constituindo lá dentro a estopa que protege meu peito das friagens, das bruscas quedas de temperatura, das ventanias, das geadas e de toda a sorte de variações climáticas possíveis.
dessa vez, e só dessa vez, você não era pano, era o contrário disso, era o delírio de uma tarde sem sedativos, era a tentativa do último gole de cachaça que faz voltar à terra todo o resto do litro, era a gota de chuva que pega singularmente na nuca e escorre pelas costas por dentro do casaco, era saudade que deita o mais forte dos homens em febre terçã.

- você ventou em mim.

Iminência

O quase é corrosivo o suficiente para me causar dor. A incerteza e o talvez são crueis demais. Palavra contra palavra, eu não quero acreditar. Prefiro continuar submersa na argila. Não posso suportar o confronto pueril que me faria pequena demais, pequena demais para continuar. O grito continuará estancado logo abaixo de minhas cordas vocais, serei forte e cuidadosa para não deixá-lo escapar. Por mais que meu coração sufoque, por mais que o enjôo tome conta de mim, não vou me submeter. Estou cansada demais, carente demais, sozinha demais.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Como pode uma mulher pedir fidelidade, se quando ela está solteira se vê aos beijos com o namorado da melhor amiga?
Como pode um homem pedir fidelidade, se quando ele está solteiro se vê aos beijos com a professora casada?

Colheita é igual a cultivo.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Das mentiras.

Não, eu não posso cobrar.
Já menti tantas vezes, mas nenhuma para você.
No início foi tudo meio duro, meio frio.
Eu não queria ter  você.
Queria continuar afogada em minha solidão.
Mas veio você com um jeito tão doce, uma alma tão carente, um carinho tão gentil.
E eu não pude dizer não.
Mas hoje, você me olha nos olhos e insalubre, me conta coisas tortas, como o passo da borboleta.
Logo você, que anda sempre em linha reta?
E triste, eu baixo a cabeça e aceno como quem acredita.

Triste, eu ando vagarosa por estes dias.
Triste, eu olho para você.

Tantas coisas lindas você me deu.
Tantas pessoas lindas você me trouxe.

Não, eu não culpo você.
Culpo a mim.

E arrasto os dias tentando decidir.
Tentando não adoecer.
Tentando continuar sem perecer.