segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Anarco-amor

Não quero sua regra,
não quero seus nãos,
não quero você.
Vai e ama,
me deixa amar também,
que o amor é livre
E partir faz bem.
Depois volta, pronto pro café
Que eu fiz com um sorriso
Pensando na beleza de tudo isso
Liberdade que a gente tem
De se amar sem ser par,
Sem ser de ninguém.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Os exatos.

Que a senescência daquele ser já estava tomando conta, apesar da idade em flor.
Porque a lua na praia não deixou de ser bonita, nem o copo do botequim, ou o queijo empanado. Que os acordes das violas dos luais ainda ecoavam aos ouvidos e a poesia ainda soletrava ardida e febril e dedilhava no ar, e além disso a alma ainda fechava os bares do Rio, mas as pernas não.
Só e simplesmente por gostar de estar ali, sentada no sofá vendo a repetição do seriado dos anos 70.
Até que ouviu da janela um sussurro constante.
Era ela, tão somente ela, pedindo socorro naquela janela.
E o silêncio enraizado naquela sala nada mais era que o grito mudo implorando pelo mundo.
Juntou as pilhas de copos e pratos, lavou.
Vestiu o vestido já meio mofado, a sandália do verão passado e foi ver se encontrava sua alma já meio bêbada e alegre na mesa de um bar...