sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Do quanto eu te odeio

Os cabelos lisos no travesseiro,
O sorriso bonito na minha boca
O amargo da cerveja e o anseio
Te odeio

Voa o tempo do relógio
E com o sol, você se vai
Voltemos ao nosso ócio
Que por ti, sinto ódio.

Um abraço aconchegante
Uma barba desenhada
Um suspiro constante
Você é apaixonante

Que o ódio é desculpa
Pro amor não ficar
Pra eu não querer você
E pra nunca te implorar.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


Ainda lembro o dia que te conheci,
Que cara estranho, eu pensava.
Mas você sorriu e eu amoleci.
Anos dessa amizade tão bonita
Dos teus conselhos tão gentis
Que mudaram a minha vida
Dos meus dias tão gris
Coloridos pelos teus vinis
Hoje sorrio por aí
Tá vendo aquele ali?
É pedaço de minh'alma
E dele sou aprendiz.


domingo, 13 de janeiro de 2013


A arte desfaz o pranto
E a noite traça o curso da solidão
O encontro da manhã, no entanto
Faz da poesia imensidão


A lágrima que cai
Faz da boca vale da morte
E leva de dentro do artista
Um amor que se esvai


Que a solidão é estratégia
Pro poeta não rezar
E fazer das palavras o cobertor
Do coração nu, sem par.

sábado, 12 de janeiro de 2013

A primeira vez que eu te conheci.

A primeira vez que eu te conheci, sim, porque eu te conheci muitas vezes em nosso pequeno percurso juntos. Mas nessa, eu me apaixonei.
Já uma das últimas vezes que eu te conheci, me decepcionei tanto. E tudo bem, você mudou, eu sei e eu também. Talvez a minha mudança tenha te decepcionado também. Talvez você tenha se magoado, e eu também me magoei.
Eu não sei se essa vai ser a última vez que eu te conheci. Algo me diz que não, porque sempre temos algo pra nos ligar, mas o que eu sei é que vai ser bem difícil te reconhecer mais uma vez.
Mas tudo bem, eu sempre espero o melhor de você. E sempre tenho mais um sorriso pra te dar, mesmo que não seja a melhor hora, o melhor momento, o merecido. Você também sempre sorri. Espero que você seja feliz, e entre da próxima vez.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Querido,
Estávamos nos divertindo tanto assim, sem compromisso, rindo e conversando sobre qualquer coisa.
Às vezes, no meio da bebedeira com amigos um lembrava do outro, e isso não era uma coisa ruim. Eu sabia dos teus podres e não comentava, tu sabia dos meus e sempre falava alguma coisa com risinhos maliciosos.
Éramos uma boa dupla de amigos.
Mas você foi tão babaca, querido. E desculpa te chamar assim, não é uma coisa que eu gostaria de fazer, te chamar de babaca, que é uma palavra tão parecida com outra que eu usava muito pra te chamar, bacana. Mas hoje só consigo pensar nessa e te peço perdão.
Eu não quero você pra mim e espero que não entenda mal quando eu digo isso, eu só queria continuar a nossa amizade tão cheia de cores e risos, os nossos dias desaprumados e encontros escondidos na calada da noite. E as conversas, ah, as conversas... tão cheias de cultura e arte!
Eu até queria ter escrito alguma coisa pra você antes, mas você sabe, eu tenho estado ocupada. Eu queria ter falado sobre a tua barba, o teu bafo, a língua meio enrolada e o jeito tímido de um bom artista. Eu queria ter dito sobre o teu beijo que começou tão devagar, aliás, tudo no início foi tão devagar que hoje você nem parece a mesma pessoa, tão sem vergonha!
Eu queria ter contado sobre aqueles dois cabelos brancos, que você disse que surgiram só depois que eu apareci. Queria ter contado sobre a sua experiência trêmula naquele dia em que eu virei café no travesseiro, mas essa eu sei, não posso contar.
Mas tudo isso agora ficou pra trás, junto com essa tua atitude babaca. Não é porque a gente não vai viver no mesmo teto que a gente não tem uma história. Essa coisa de juntar trapinhos, colocar anel e inventar apelidos cafonas um pro outro é meio demodê, você sabe, eu te contei que eu gostava disso antes, mas isso foi antes dessa minha nova fase que é tão [ma]dura e [ma]terna. Hoje eu só queria a nossa febre, e até a nossa cerveja quente que você virou num certo carro pequeno.
Ah, querido, eu gosto tanto de você. Na verdade eu sempre gostei, você sabe. Mas acontece que você é um bom amigo, um bom companheiro, e eu não quero nada mais do que isso nessa vida. Lembra aquele primeiro dia? Tanto a gente falou na tal cobrança, no tal apego, e hoje estamos aqui, sentados no mesmo lugar e inacreditavelmente na mesma situação daqueles de quem falávamos.
Eu não quero que você me entenda mal, e eu sei que você não me julga, eu lembro bem do que você disse. Sei lá, eu só queria era te dizer isso tudo, e já que você não vem mais, eu espero que as palavras vão até você.