segunda-feira, 14 de abril de 2014

Quando toca,
Tão bonito
No particular,
nosso mundo,
Eu assisto.
Um quase segredo,
Tu me canta
Encanta.
Eu fujo e ouço ao fundo:
Te amo.
Então volto prum beijo,
De bobo te chamo.
E o bobo canta e toca
Essa música pra mim
"Querubim" - ele pede -
"Toca o coração dessa moça andante."
Mas quem toca é ele,
Quando o primeiro acorde sai
E ele canta com um sorriso,
o corpo dançante.
Todo amor do mundo
E ele ama ela.
Ela ama ele,
mas seu coração é vagabundo.

domingo, 6 de abril de 2014

Parei de guardar minhas mágoas como anéis de ouro. Com extremo cuidado e apego.
Joguei no lixo do meu quarto verde as memórias, as desilusões, as coisas ruins.
Me libertei.
Pra começar de novo é assim.
A gente vai ganhando liberdade, ganhando asas, olhando pra frente e principalmente para os lados.
A gente tem que estar leve pra poder perceber as nuances de um olhar, nas primeiras (e segundas) intenções que se escondem por trás de um sorriso malicioso, de um abraço demorado, de um beijo no cantinho da boca (quase como que roubado).
Quando a gente começa a perceber esse tipo de coisa, é porque esta voando outra vez. Leve, leve.

Sou a primeira pessoa do meu plural, confusa.
E não sei dizer se estou atrasada pelo compasso que ando, ou se apenas a hora é certa e tudo tem seu tempo.
Tenho tempo.
Tenho sonhos pontuais, desejos banais, às vezes casuais.
Quero ter alguns filhos,e saio por aí dizendo que não.
Meu café é forte, meu açúcar é adoçante, sem afeto, sem calmante.
Escrevo simples para não perder a palavra.
Dou suspiros na madrugada. Atiro um beijo pra pessoa errada.


Parece que foi ontem quando arrumei as malas e desapareci.
Deixando pra trás todas as pessoas do mundo.
As chatas, as acéfalas e também as tediosas. Pois todas elas escondiam espinhos em suas falas, em seus olhares e em seus gestos.
E nunca fui boa em desviar de farpas, quiçá espinhos.
Arrumei as malas e desapareci. A casa da árvore, então, me acolheu. Figura onírica de minha infância, era a casa.
Do alto dela, eu imaginava a preocupação de todos ao darem por meu sumiço.
Mas, com o passar do tempo, calculei que se acostumariam com minha ausência.
A tudo se acostuma.


Às vezes dor não é só suspiro profundo.
Tem dia que não tem sol, tem dia que a chuva alaga onde nem tinha lago nem poço, tem dia que gelo vira água quando não derretia.
Nem todo sorriso é de alegria.
Tem mosquito matando gente e de repente fica tudo sem controle.
De tudo o que eu acho metade pode valer, outra metade o outro não crê.
Só sei que de perto ninguém é normal e de longe todo mundo é igual.


Olho para você. Eu olho bem para você. A única coisa que pergunto,"onde diabos está?", inútil soa. Porque estava bem ali, mas parecia não estar.
Anteontem à noite quando não parecia tão próxima a hora da morte, recheei meu peito com estopa grossa e pensei que, estofado, não se ocuparia de outras bolas de algodão, de outros retalhos, de outros panos velhos, mas foi só mais um engano, um engano cotidiano, desses que acontecem nas tardes quentes em que prestamos mais atenção ao bolo que está sendo assado do que aos chiados estáticos da nossa pele. 

De nada adiantou promover um canto confortável e macio para alguém, criar teias intrincadas de sentimentos, furtar para si o que ela tem de mais genuíno e doar para ela o que você tem de mais quente, de mais borbulhante, de mais perigoso; 
Isso não adianta nada, os tecidos seguem agregando seus pedaços perdidos no mundo, incorporando para si os milhões de fios de seda, de algodão, de lã, de linho e constituindo lá dentro a estopa que protege meu peito das friagens, das bruscas quedas de temperatura, das ventanias, das geadas e de toda a sorte de variações climáticas possíveis. 
Dessa vez, e que se ressalte: só dessa vez, você não era pano, era o contrário disso, era o delírio de uma tarde sem sedativos, era a tentativa do último gole de cachaça que faz voltar à terra todo oresto do litro, era a gota de chuva que pega singularmente na nuca e escorre pelas costas por dentro do casaco, era saudade que deita o mais forte dos homens em febre terçã.

- você ventou em mim.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Não quero ser só tua
Não te quero só pra mim
Mas meu coração sempre será só teu,
E gosto muito de te ver,
Leãozinho.