domingo, 28 de junho de 2009



Os teus olhos são frios como espadas
E claros como os trágicos punhais
Têm brilhos cortantes de metais
E fulgores de lâminas geladas.


Vejo neles imagens retratadas
De abandonos cruéis e desleais
Fantásticos desejos irreais
E todo o oiro e o sol das madrugadas


Mas não te invejo, amor, essa indiferença
Que viver neste mundo sem amar
É pior que ser cego de nascença


Tu invejas a dor que vive em mim
E quanta vezes dirás a soluçar:
"Ah! Quem me dera, irmã, amar assim!"




Frieza - de Florbela Espanca,

(que conheci graças a um lindo elogio de meu bom amigo Stanis. Obrigada.)

Um comentário:

  1. Florbela é tudo de bom!
    São os versos mais tristes e mais belos que já encontrei.
    bj minhna Bárbula

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