domingo, 11 de julho de 2010

Meus pedaços, numa carta.

Não é fácil mesmo enxergar beleza na tristeza... tudo que ela me parece é um poço, não uma porta aberta.
Pois é a esta minha dor que não ameniza com os prazeres mundanos a que devo todas as minhas lágrimas, a esta dor que não tem nome, que eu não sei de onde veio, pronde vai, o que faz, onde me toca pra doer tanto que devo todos os meus dias cinzentos e meus dias negros mesmo, como aqueles em que a morte atrai todas as ilusões. A ela, essa ceifadora sem nome, que devo tudo isso, mas não a ti.(...)
E quando eu digo que meu lugar é no mundo e não é aqui, fazem de mim a palhaça do circo sem lona.
Quero sair. Nasci com a mente livre, sem essa gaiola de rotina que querem me impor. Eu nunca quis isso! Eu quero mais, eu quero ser diferente, eu quero ser eu em qualquer lugar, sem fantasias.


Um comentário:

  1. É a segunda vez que me deparo (nesse blog) com uma separação entre realidade e ''uma outra coisa''. Algo que as vezes parece ser facil conhecer, em outros momentos parece mais dificil. Uma coisa é certa, a intensidade da dor presente nesse lugar tão abstrato, é muito mais forte, e para quem está sentindo é muito mais real do que qualquer dor na ''carne''. Por isso concerteza tudo que vem desse lugar, justamente por sua intensidade, sempre parece não duvidoso. E talvez seja assim mesmo ao contrario do que vemos com os nossos olhos, ou sentimos de qualquer outro jeito que não seja pela ''conciencia pura''.
    As dores e os prazeres que nos chegam pelos sentidos são muito duvidosos e relativos. Sentir prazer e não se sentir feliz é muito irônico, mas comum. O mesmo acontece do lado opsoto, sentir dor e felicidade ao mesmo tempo.
    Tudo isso é possivel, graças ao fato de eu estar preso entre ''grades e véus'', que me cegam e me prendem, me enganam.
    São as mentiras que me contam as aparencias.
    Alguns recursos são louvaveis nesse cenário, esse post empregnado da essencia mais verdadeira e desapegada do aparecer, é um exemplo, tanto é que tem o titulo que o representa muito bem ''Meus pedaços numa carta''.
    Estou seguro de que aqui vai também vai um pedaço de mim nesse comentário. E procuro sempre preservar essa presença em meus discursos.

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