terça-feira, 30 de março de 2010

A jardineira.

Um dia eu me apaixonei por uma mulher.
De verdade.
Ela era tão bonita, doce e gentil!
E tinha um sorriso no rosto que deixava as flores tímidas. Ela tinha uma energia solar que aquecia o coração de quem a conhecia, e pra mim foi como uma mãe que me recebeu na vida dela de braços e coração abertos para que eu entrasse pela porta da frente e nunca mais saísse. Eu me apaixonei por ela como quem se apaixona pela vida.
Um amor desses fraternais quando a gente encontra uma alma irmã, mesmo sendo tão diferente de mim.
Ela é jardineira.
Ela tem quatro rosas mágicas, e que são extremamente valiosas. 
Ela todo dia acorda cedinho e antes mesmo de tomar o seu café da manhã, ela coloca luvas e vai até o seu canteiro, onde ela cuida, conversa e rega suas rosas. Vez ou outra ela encontra, numa de suas rosas, um afiado espinho que a faz sangrar, então ela sente dor e às vezes chora, mas basta lavar a ferida que ela volta a cuidar de suas rosas com um largo sorriso e todo aquele amor incondicional que ela guarda dentro dela.
Entrei na sua vida por acaso, e antes mesmo de conhecê-la, eu já havia me apaixonado pelo seu jardim. Como uma intrusa, e com uma grande dose de cara de pau, eu pedi a ela pra cuidar de uma de suas rosas.
No início foi assim: ela me ensinando a regar, eu trêmula a titubear.
Até que um dia sem menos nem mais eu me vi no meio do jardim, feito uma gérbera ao lado das rosas mágicas.
Ela havia me dado a dádiva de fazer parte daquele lindo jardim no quintal do coração dela.
Para as flores, o jardineiro é eterno.
E ela é.
Feliz aniversário Ana Maria Ramos Rosa. 
A menina-mulher mais incrível que eu já conheci, e que me rega todos os dias.

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