quarta-feira, 19 de maio de 2010

Fuga (z)

Ei, Pasárgada, vou deixá-la outra vez.
Não preciso mais de sonhos e maluquices de quem não cresce.
Não preciso mais fingir felicidade e sorrir amarelo pra quem me olha.
Minha cordialidade devastou-se em teus rios,
E teus pássaros me levam de volta ao sossego.
Coisa mais chata era ter que fingir todo o tempo.
A boa moça, a querida e a sorridente.
Então me deu vontade de sair e estou aqui.
Numa realidade muito, mas muito contundente.
Se um dia eu fui o próprio rei,
quando construia castelos no ar e sonhava alto;
Hoje eu já não quero mais te reinar, Pasárgada.
Tudo que eu quero já está aqui comigo.
Eu não preciso mais chorar escondido.
Porque a tristeza se perdeu num vale verde no mato.
E por algum tempo ela perdeu meu rastro.
Até chegar o lancinante dia em que eu voltarei;
E irei tomar café com a tristeza em uma manhã fria.
Esperando passar a banda na minha frente que gritará:
- Pasárgada tem de volta seu rei!

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