quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Em Gravataí.

A simplicidade pra mim é mais comovente, mais digna de créditos.
E se um belo dia uma tsunami passar pela sua casa e destruir todos os seus bens materiais.
Como, mas como você vai viver?
Suas lindas roupas reluzentes DG, seus óculos escuros da Gucci... de que te serviram tantos acréscimos, tanto investimento em... nada?
Como agora você poderá mostrar pra todos o seu final de semana no farol de Sta Marta, as suas fotos no meio do deserto do Saara, se seus cartões de crédito foram por água abaixo?
Afinal de contas, você pode.
E se você pode tudo, pode também comprar o barco, o iate, o Titanic...
Claro, isso se o papai concordar, já que o dinheiro é dele...já que foi ele quem trabalhou duro durante anos para sustentar os filhos que hoje gastam o dinheiro dele em pedras, pó e exibicionismo.

Coloque-me um rótulo, por favor!
Eu ainda não tenho!
Se ainda tiver "Eu sou o gatão da mulherada", "eu sou o riquinho da cidade" eu pago!
Coloque um risinho falso no meu rosto! Eu quero fingir ser amigo de todos pra fofocar depois!
Acontece que um belo dia uma Tsunami de juízo passa na vida destes "jovens' (alguns já nem tão jovens) que precisam se apoiar no tombo dos outros, ou gritar no meio da rua que foram passar o carnaval em Veneza, porque afinal de contas, eles podem, eles vivem em "The OC- Gravataí".
Eles podem falar mal dos "pobres coitados" que não vão com eles aos iates, às festinhas indecentes, às drogas, à forra e ao diabo que o carregue!

Quando no fundo, aquele "pobre coitado" do nerd que nada disso fazia e ficava em casa, estudando e jogando videogame provavelmente será o seu médico, o seu psiquiatra, ou o seu chefe na grande empresa, e será ele quem provavelmente terá o barco no meio da sua tsunami.
Caberá a ele decidir te emprestar ou não.


Cuide bem de quem você é.

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