terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Um Choro

Eu senti um monte de coisas acumulando dentro de mim, mas não sabia bem o quê. Frases que se repetiam, idéias fixas fazendo minha cabeça rodar. Fui ficando chata, rabugenta e triste, ao ponto de não conseguir ânimo para conversar nem coragem para sair. Eu sabia que devia haver um motivo, mas não prestei atenção a mim mesma. Isso não se deve fazer, deixar de olhar para si. De certa forma, eu sei tudo o que vai acontecer comigo, mas às vezes me recuso a parar para transformar em ordem coerente aquele punhado de impressões. Até que, domingo, fui traída duas vezes e minha alma se espalhou pelo chão. E quando aconteceu, eu percebi que eu já sabia que seria assim, mas tinha preferido me manter cega e burra, o que de certa forma me faz um pouco responsável também. Daí eu não parava de ouvir por dentro "você não aprende nunca", e só pensava que era a mais pura verdade, porque eu continuo acreditando nas pessoas, mesmo que elas dêem todos os motivos para eu desistir. E me magoa tanto, porque eu abri minha casa e meu coração, ofereci apoio e carinho e ouvi calada todas as confissões bárbaras que me rasgaram por dentro... E também guardei segredos doídos de pessoas que eu amo e me preocupei tanto, tanto e tão sinceramente... Então, sem motivos, quando eu fiquei um pouco frágil e pequena, me empurraram para o chão sem que eu percebesse. Ainda estou de joelhos, sem coragem de encarar pessoa capaz de gesto tão cruel. Da outra metade, já ouvi explicações e estou em processo de acalantamento de dor. Mas essa, ah, essa eu ainda não fui capaz...

2 comentários:

  1. eu mesma não teia traduzido essa dor sentida pela alma em diferentes sentimenos de melhor forma...mas...o bom é que toda dor que rasga, cicatriza,mas passa

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