sexta-feira, 10 de julho de 2009



Era uma prisão branca.
Toda branca e com luzes fluorescentes também brancas.
Faltavam alguns dias para sair dali.
Por sorte, a pena fora diminuida pelo meu bom comportamento e eu seria transferida.
Já tinha me acostumado com a vida naquele lugar.
Havia poucos anos que estava ali, mas já parecia ser minha casa, minha gente, minha família.
E agora eu estava quase livre. Mais feliz do que nunca, mas de certa maneira eu ia sentir falta daquela brancura toda.
O cárcere não era privado, e as colegas de cela não calavam a maldita boca um segundo sequer. Até me deram um apelido bonitinho...
Mal sabiam elas que naqueles momentos agoniantes em que uma delas abria a boca e não fechava mais eu sentia uma intensa vontade de esfaqueá-la com qualquer objeto pontiagudo que eu achasse por ali. Mas não podia. Eu estava indo. Faltava pouco.
Hoje por um momento me vi só naquela cela branca.
Olhei ao meu redor e fiquei a imaginar como pude aguentar tanto tempo nesse branco, enquanto eu sou multicores.
Uma prisão branca, que ofusca qualquer uma das minhas luzes coloridas.
Por quanto tempo apaguei minhas luzes e vivi a seguir a luz branca deles?
Mas eu estou indo.
E agora eu vou para o azul, e meu coração pula enquanto danço.
Meu sorriso apareceu em meio ao branco. Uma luz se acendeu, a felicidade se estendeu, compareceu, transpareceu, renasceu!
Encontrei o meu disjuntor.
Pois descobri que meu novo colega de cela, nessa tal prisão azul, vive cheio de luzes, rodeado de novas cores. Perguntei como e me disseram:
Ora, pois!
Ele é irmão de Willy Wonka, e fez-se dono dos maiores arco-íris!
:)

Um comentário:

  1. Divinamente maravilhoso!
    Agora a coisa foi longe demais... J[a merece uma indica;'ao para a Academia Brasileira de Divas.
    Adorei minina b[arbula

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