segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Homicida.

Crises diurnas de alter egos psicopatas.
Vingança analítica em embriagados corpos nus.
Verdade em teu doído arrependimento.
Frieza ao ouvir teu depoimento.
Sede e vontade de teu sangue derramado ao chão.
De te matar com a frieza de teu coração.
Mas não matar a ti em dura carne,
e sim dentro de teu ser que frio,
leva polaridade aos meus sóis.
Sim, dentro de tua crua alma que sofre.
Sim dentro de tuas feridas que não cicatrizam.
Sim, dentro do câncer que tu mesmo criaste.
Sim, como a tua tristeza que te arranca os pedaços.
Dentro de ti,
Eu quero te purificar com mais dor.
Linhas tênues que aos poucos te desenham.
Em gestos finos desenham teu corpo com giz no chão,
Para cair em um corpo que jaz em minha mão.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Brilhante

Pequeno diamante,
opaco e que brilha quando quer.
Reluz em minha vida de relance,
Revida meu olhar brilhoso de viés.

Quebrando os blocos de pedra que me cruzam,
Rasgando a dor que poderia me rasgar
Levando o silêncio obtuso
Trazendo flores azuis ao meu lar

Pequeno diamante,
que felicita minhas manhãs,
dá bom dia à minha vida,
visita minha história,
brilha em minha escuridão.

Oh, coração!
se encantou pelo teu brilho,
pelo pequeno diamante em ascensão

E assim estava escrito,
serás rei nesta terra,
serás dono de minha razão.
E o sucesso que te espera
Impaciente pela demora da tua mão

Pequeno diamante,
avaliado em ricas vidas,
validado em outra dimensão
Lapidado em cicatrizes,
Comprou meu amor em beijos e canção.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Solidez

De repente aquela música se tornou hino.
De repente o fundo se tornou ímã.
Num rompante a voz perdeu o ritmo.
Num tornado a chuva foi uma brisa.
Pelas ruas passos largos até o tudo.
Pelas praças cegos correndo sem trilha.
Aonde piso, cabeças gemendo com ânimo.
Aonde vôo, borboletas em morte.
Estou no imo do ser em negra alegria.
Estou passando pela corda bamba de teus dias.
No futuro tua máscara caindo aos pedaços.
No futuro meu rosto lavado em fria sorte.
No momento nada além de tudo.
Nas veias correndo aço de metal duro.
Do sentimento, nada vem de ti.
Do amor que cai do palco ao chão.
Das frases, tão duras ou vazias.
Tão delicadas e tardias.
Tão somente minhas.
E minhas serão sempre sólidas razões.
Razão de querer e desquerer.
De ter o descaso de meu ser.
De ser o medo de ter.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sem ins(piração)

Tudo novo.
Tudo muda.
E eu a cortejar o passado.
Tudo de novo.
Nada muda.
E eu a festejar o vício.
Experientes noites me contaram:
o mundo é só.
E para mim não é o bastante.
Tudo crio.
Tudo mudo.
Mudo o lugar, me torno mudo.
E cálidas pétalas me mostram nada além de opaco branco.
Eu sem pincel.
Eu sem cor.
Eu sem pranto.
Clamo pela inspiração apática que me surgiu um dia.
E alvas são as idéias que não me surgem.
Tudo estorvo.
Tudo belo.
E minha janela se abre com meus olhos.
Diante da chuva, diante do tédio.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Bola de sabão.

Eu queria ser como bola de sabão.
Queria voar até o limite e explodir.
Ter um brilho natural em meu corpo abobadado.
E ver lá do alto as verdades das pessoas daqui.
Aqui eles só acham.

Elas acham que amam.
Acham que são amadas.
Acham que estão certas.

E fingem.
Fingem que acreditam.


Queria era ser uma bola de sabão de ácido.
Pra quando explodir em gotículas,
queimar a cabeça de uns poucos e bons.
:)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Imaculada.

Olha que moça mais bonita, mais cheia de vida!
Ela canta a mocidade que enxagua seus olhos brilhantes.
Ela gira com seu vestido dourado, que contrasta com a pele de jaboramdi.
Gira no meio do baile, gira no meio da rua...
Ela olha pro céu e gira no meio da chuva.
Ninguém entende a sua natureza falante, brilhante!
Ninguém entende que o timbre de sua voz foi feito pra se destacar.
E quem entende, nunca mais quer a deixar.
Olha que moça mais bonita, mais cheia de vida!
Ela sabe ser mãe e filha, dona do mundo, dona da vida!
Em seus olhos cor de caju, ela vê as cores de seu mundo aquarelado.
E nada que não seja saudade a faz desmoronar.
E tudo que não seja correntes a faz crescer.
Madura, condizente, inteligente... Mas uma criança em formas triangulares.
E ninguém a entende, pois tem a pureza perfeita dos anjos em forma de alegria.
Mas olha que moça mais bonita, mais cheia de vida!
Com seus caracóis que voam com o vento, e escabelados a fazem rir.
Com o colo feito para o alento, e as mãos feitas para toda a minha dor arrancar.
Olha que graça essa m0ça,
gosta da festa, da vida, do amor e das borboletas.
Uma santa em formas vivas, uma moça, uma menina, uma mulher, uma mãe.
Uma em tantas, tantas em outras tantas, e pequena.
Olha que moça mais bonita,
que moça mais cheia de vida!
Seu nome é como ela, excêntrico por natureza e faz o mundo questionar:
Mas quem é essa moça tão bonita, tão mais cheia de vida!?
Ela é Mavis, a alegoria da alegria!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Pequena

Se eu sou pequena,
sou assim desde menina
Gosto de meninices,
e de crises amenas
Gosto de tagarelices
e saudades morenas
Gosto de paixonites
e amor às centenas

Se sou assim risonha
eu sou desde pequena
Mas se me vejo triste,
sem gostar do que existe
Deixo de lado a bobice
e a pequena entra em cena.

Se eu sou meio mutante,
sou assim desde pequena.
Gosto do que é gritante,
Gosto da febre terrena.
Gosto do que é invisível,
Gosto da capela serena.

Fulgaz

E no entanto, tanto que a felicidade me faz visitas, por certos dias ela vem acompanhada de agonia e por outros dias a tristeza vem dizer que ela não teve tempo de me visitar.
E no entanto o tempo que eu tenho pra cuidar dela não é curto, mas às vezes só não dá vontade de cuidar.
Porque além de cuidar dela, de ser dela mãe e filha, o meu tempo é reservado para pensar alto, voar baixo e ir além do que se vê.
E no entanto, estes devaneios além de me deixarem com os pés travados no mesmo lugar, me tomam o tempo que eu tenho pra cuidar da felicidade, e me levam em busca de mais agonia.
Uma agonia de ter tudo e querer tudo diferente, de mudar tudo e querer de novo mudar.
Porque no entanto, eu gosto de tudo que tenho, gosto de tudo que tive.
Mas a coisa que eu mais gosto mesmo,
é o que não existe.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Layla

Ela já conhece teu segredo
E fui eu que fiz menção de contar
Ela não quer nem te ver mais de longe
Repudiou teu desespero em colocá-la no altar

Ateus do amor como você
Formam seguidores como eu
E se já me colocou numa jaula
Farei da cela solitária teu par

Porque mulheres feridas como eu
Preferem provar do prato frio
E cegos cantadores como você
Vivem a perambular pelo breu

Enquanto me olha subir os degraus
Degusta o caminho ao fim do teu poço
Navegas por vidas que nunca serão tuas
Enquanto minha sede te torna osso.
____

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Bastardos Inglórios



Sobre o filme:
Uma França ocupada pelos nazistas.
Nazistas sádicos.
Judeus vingativos.
Sangue.
E fim.
_________________________

Well, well my dear Quentin.
Nada de novo no front...
Muito sangue, uma trilha sonora ótima, e a velha mente vingativa de Tarantino.
Brad Pitt toma conta da tela com seu papel tragicômico, e brilha.
Umas boas risadas. Boas.
No mais, as mirabolâncias de Tarantino.
Mas no fim, fiquei com o "if it".
E se tivesse sido assim?
Bom, é ver pra dizer.

Teu olhar

E então percebi as coisas que só eu percebo;

Teu olhar macio que caminha por mim.
Tua pele que é uma continuação da minha e nela se encontra.
Teu gosto de frutas da estação.
Teu posto de encantado.
Teu corpo, meu pecado.

Porque te amo com o amor mais bonito que já vi nascer em mim.

Em Gravataí.

A simplicidade pra mim é mais comovente, mais digna de créditos.
E se um belo dia uma tsunami passar pela sua casa e destruir todos os seus bens materiais.
Como, mas como você vai viver?
Suas lindas roupas reluzentes DG, seus óculos escuros da Gucci... de que te serviram tantos acréscimos, tanto investimento em... nada?
Como agora você poderá mostrar pra todos o seu final de semana no farol de Sta Marta, as suas fotos no meio do deserto do Saara, se seus cartões de crédito foram por água abaixo?
Afinal de contas, você pode.
E se você pode tudo, pode também comprar o barco, o iate, o Titanic...
Claro, isso se o papai concordar, já que o dinheiro é dele...já que foi ele quem trabalhou duro durante anos para sustentar os filhos que hoje gastam o dinheiro dele em pedras, pó e exibicionismo.

Coloque-me um rótulo, por favor!
Eu ainda não tenho!
Se ainda tiver "Eu sou o gatão da mulherada", "eu sou o riquinho da cidade" eu pago!
Coloque um risinho falso no meu rosto! Eu quero fingir ser amigo de todos pra fofocar depois!
Acontece que um belo dia uma Tsunami de juízo passa na vida destes "jovens' (alguns já nem tão jovens) que precisam se apoiar no tombo dos outros, ou gritar no meio da rua que foram passar o carnaval em Veneza, porque afinal de contas, eles podem, eles vivem em "The OC- Gravataí".
Eles podem falar mal dos "pobres coitados" que não vão com eles aos iates, às festinhas indecentes, às drogas, à forra e ao diabo que o carregue!

Quando no fundo, aquele "pobre coitado" do nerd que nada disso fazia e ficava em casa, estudando e jogando videogame provavelmente será o seu médico, o seu psiquiatra, ou o seu chefe na grande empresa, e será ele quem provavelmente terá o barco no meio da sua tsunami.
Caberá a ele decidir te emprestar ou não.


Cuide bem de quem você é.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O infeliz sábio do desespero.



Ele caminhava pela avenida com seu tênis rasgado
Subia cada dia na alegoria do seu trem lotado
Enquanto ela falava de tecidos mofados ele fingia que ouvia, e sorria
Seus pensamentos voavam em um céu lacrimejoso, e fingiam ter lei
E para todas as perguntas que ele ouvia, ele mentia...
E dizia:
"Está tudo bem,
Está tudo bem."